Por Daniela Frabasile
Fósseis de hominídeos encontrados no Quênia indicam que o diagrama acima pode ser uma simplificação grosseira demais.
Os diagramas tradicionais
sobre a evolução humana, que sugerem um caminho linear dos símios aos
hominídeos e ao atual Homo sapiens, podem ser pobres demais. Ao menos é
o que indica a descoberta, no Quênia, de três fósseis de nossos ancestrais, em
bom estado de preservação. Anunciado nesta quinta-feira, após anos de estudos
de laboratório, o achado dos ossos deu-se graças a uma equipe científica
liderada pelas paleo-antropólogas Meave e Louise Leakey. Ele revela que, muito
provavelmente, diferentes espécies de seres do gênero homo habitaram
simultaneamente o leste da África, cerca de 2 milhões de anos atrás.
Um dos três espécimes
encontrados (nomeado KNM-ER 62000, ou apenas 62000) apresenta grande caixa
craniana e rosto longo e achatado. São características que se assemelham ao
crânio conhecido como 1470, encontrado na mesma área em 1972. Desde a
descoberta, o crânio 1470 foi centro de debate sobre linhagens múltiplas.
O crânio 62000 pode demonstrar que as feições encontradas no 1470 não são peculiaridades de um único indivíduo pertencente à espécie Homo habilis — mas de outra espécie do gênero. Além disso, os outros dois indivíduos parecem apresentar uma peça que estava faltando: o espécime 1470, encontrado há quarenta anos, não tinha a mandíbula inferior. Já o fóssil nomeado 60000, um dos três mais recentes, inclui a mandíbula inferior quase completa (considerada a mandíbula mais completa de um homo primitivo já encontrada), além de parte de uma mandíbula do espécime 62000.
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