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Um blogue de Nazaré Oliveira para todos os que gostam de História.
domingo, 29 de janeiro de 2023
O liberalismo: a implantação do liberalismo em Portugal, antecedentes e conjuntura (1807-1820) - VÍDEO E TEXTO
A Revolução Americana - VÍDEO
domingo, 24 de julho de 2022
Supremacismo branco e populismo nacionalista de extrema-direita estão a ser promovidos por Donald Trump
A Revolução Gloriosa
Revolução Gloriosa é o nome dado ao movimento ocorrido na Inglaterra entre 1688 e 1689 no qual o rei Jaime II foi destituído do trono britânico.
Chamada por vezes de "Revolução sem sangue", pela forma
deveras pacífica como ocorreu, resultou na substituição do rei da dinastia Stuart, católico, pelos protestantes Guilherme (em
inglês, William), Príncipe d`Orange, da Holanda, em conjunto com sua mulher Maria II (respectivamente genro e filha
de Jaime II).
Tal revolução toma forma com um acordo secreto entre o parlamento inglês e Guilherme d`Orange, stadtholder da Holanda (título específico holandês, equivalente a "chefe de estado") numa manobra que visava entregar o trono britânico ao príncipe, devido à repulsa dos nobres britânicos ante à insistência de Jaime II em reconduzir o país no rumo da doutrina católica. Assim, as tropas abandonam o rei Jaime e em junho de 1688 Guilherme d`Orange é aclamado rei com o nome de Guilherme III.
É estabelecido assim um compromisso de classe entre os
grandes proprietários e a burguesia inglesa.
O efeito negativo foi sentido pela população em geral, marginalizada pela nova ordem social. Outro efeito, porém, foi o de mostrar que não era necessário eliminar a figura do rei para acabar com um regime absolutista, desde que este aceitasse uma completa submissão às leis ditadas pelo parlamento.
Assim, a Revolução Gloriosa iniciou a prática seguida até hoje na
política britânica, que é a da Monarquia Parlamentar, na qual o poder do rei é limitado
pelo Parlamento.
O movimento possui feições mais associadas a um golpe de estado
propriamente do que uma autêntica revolução, e em linhas gerais foram poucas as
batalhas e conflitos deflagrados pela deposição do rei, com exceção de regiões
de maioria católica, como na Irlanda e na Escócia, local de origem da dinastia
Stuart, da qual Jaime II era originário.
A Revolução Gloriosa foi um marco importante para o direcionamento
do poder em relação ao Parlamento, afastando a Inglaterra permanentemente do absolutismo.
Foi aprovado no parlamento o Bill
of Rights (declaração
de direitos) a partir da qual se proibia que o rei voltasse a governar o país,
além de eliminar a censura política, reafirmando o direito exclusivo do
Parlamento em estabelecer impostos e o direito de livre apresentação de
petições.
A declaração ainda garantiu ao parlamento a organização e
manutenção do exército, tirando qualquer possível margem de manobra política e
institucional possível do monarca.
Deste modo, a barreira que o absolutismo representava para a burguesia
e aristocracia rural acabou por lhes trazer a consequente prosperidade e
florescimento, que veio a seguir, com a Revolução Industrial.
In http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=187 e
http://www.saberweb.com.br/historia/historia_geral/revolucao_gloriosa.htm
(com textos
adaptados ao Português)
domingo, 9 de janeiro de 2022
O homem do coração de ferro (excelente e dramático filme sobre o terror nazi)
Título original: O Homem do Coração de Ferro
De: Cédric Jimenez
Com: Rosamund Pike, Mia Wasikowska, Jason Clarke, Jack O'Connell
Género: Drama, Biografia
Classificação: M/16
Outros dados: GB/FRA/EUA/BEL, 2017, Cores, 120 min.
Alemanha, 1942. O poder do III Reich está no auge.
Josef Gabcík e Jan Kubiš, dois pára-quedistas checos treinados pela resistência
inglesa, são enviados a Praga para executar uma missão ultra-secreta:
assassinar Reinhard Heydrich, chefe dos Serviços Secretos das SS e da Gestapo,
a quem Hitler chamava "o homem com coração de ferro". Heydrich foi um dos ideólogos da
chamada Solução Final, um plano de aniquilação total do povo judeu na Europa,
formalizado na Conferência de Wannsee (Berlim), a 20 de Janeiro de 1942.
Embora com muitas dificuldades, a missão de Gabcík e Kubiš acabou por ser
bem-sucedida. Porém, a morte do oficial causou terríveis danos colaterais, com
milhares de pessoas a serem enviadas para os campos da morte devido a
represálias dos nazis.
Com realização de Cédric Jimenez, um filme
dramático que adapta a obra "HHhH", escrita pelo francês Laurent
Binet e que, em 2010, lhe valeu o prémio Goncourt para primeiro romance. Relata
a operação Antropóide, cujo atentado levaria à morte, por septicemia, de
Reinhard Heydrich, um dos mais importantes e impiedosos líderes nazis. No
elenco estão os actores Jason Clarke, Rosamund Pike, Jack O'Connell, Jack
Reynor e Mia Wasikowska. PÚBLICO
Ver críticas, aqui https://cinecartaz.publico.pt/Filme/378467_o-homem-do-coracao-de-ferro
domingo, 31 de outubro de 2021
Setúbal, numa página
Os registos de ocupação humana
no território do concelho remontam à pré-história, tendo sido recolhidos, em
vários locais, numerosos vestígios desde o Neolítico.
Com a presença romana, nos
séculos I a IV da nossa era, nasceu Cetóbriga, um importante núcleo urbano e
industrial, principalmente ligado à salga de peixe, que se estendeu pelas duas
margens do rio Sado, integrando Troia.
Durante as invasões bárbaras e
a ocupação árabe, a zona habitada foi sendo progressivamente abandonada devido
ao avanço das areias.
Atalaias como Palmela, portos
mais abrigados, como Alcácer do Sal, e vales férteis, como Azeitão, foram os
locais escolhidos pelos invasores muçulmanos para se fixarem.
Após a conquista de Palmela
aos mouros e do estabelecimento da Ordem de Santiago da Espada, Setúbal foi
repovoada, primeiro na colina de Santa Maria e, progressivamente, na zona baixa
que se estende até ao atual bairro de Troino. Recebeu, em 1249, de D. Paio
Peres Correia, mestre da Ordem, a primeira carta foral.
Setúbal, com uma extensão
territorial relativamente diminuta, teve de afirmar-se, lutando com os
concelhos vizinhos de Palmela, Santiago do Cacém e Alcácer do Sal, já então
constituídos.
Com as dificuldades
apresentadas pelos habitantes, no que diz respeito à entrada e venda de produtos
trazidos de Sesimbra, Palmela e Alcácer, o mestre de Santiago, D. Garcia Peres,
em 1343, deu execução a uma carta de D. Afonso IV, que delimitava o termo de
Setúbal, tendo sido construída uma cortina de muralhas.
Ao longo do século XV, a vila
desenvolveu atividades económicas, ligadas sobretudo, à indústria e ao
comércio, tirando rendimentos elevados com os direitos cobrados pela entrada no
porto.
Os primeiros conventos franciscanos, um deles o
Convento de Jesus, foram construídos em Setúbal durante esse século.
A época dos Descobrimentos
trouxe um grande desenvolvimento, tendo D. Afonso V, em 1458, partido do porto
de Setúbal à conquista de Alcácer Ceguer.
A construção de um aqueduto,
em 1487, que conduzia a água à vila, iniciada por D. João II, terminou no
reinado de D. Manuel. Este monarca reformou o foral da vila, em 1514, devido ao
progresso e aumento demográfico que Setúbal tinha registado ao longo do último
século.
O título de “notável villa” é
concedido, em 1525, por D. João III. Foi este título que proporcionou a
criação, em 1553, por carta do arcebispo de Lisboa, D. Fernando, de duas novas
freguesias, a de S. Sebastião e a da Anunciada, que se juntaram às já
existentes S. Julião e Santa Maria.
A cerca de dois quilómetros do
centro de Setúbal, o rei D. Filipe II mandou edificar uma fortaleza – de S.
Filipe –, cujos trabalhos foram iniciados em 1582.
No início do século XVIII, a
população setubalense solicitou que S. Francisco Xavier fosse eleito padroeiro
da cidade.
O terramoto de 1755 destruiu e
danificou muitos edifícios, tendo as freguesias localizadas na zona mais baixa
de Setúbal sido as mais afetadas.
Ao longo do século XIX, o desenvolvimento económico
e social transformou a vila num dos mais importantes centros comerciais e
industriais do país.
A elevação a cidade deu-se em
1860, por carta régia, após solicitação da Câmara, dois anos antes, ao rei D.
Pedro V.
Nessa altura, foi inaugurada a
via-férrea Barreiro/Setúbal e, em 1863, a iluminação a gás. As obras de aterro
sobre o rio iniciaram-se, fazendo nascer a Avenida Luísa Todi.
Setúbal foi elevada, em 1926, a sede de distrito e,
em 1975, a cabeça de diocese.
Informação disponível em https://www.mun-setubal.pt/historia/