Os registos de ocupação humana
no território do concelho remontam à pré-história, tendo sido recolhidos, em
vários locais, numerosos vestígios desde o Neolítico.
Com a presença romana, nos
séculos I a IV da nossa era, nasceu Cetóbriga, um importante núcleo urbano e
industrial, principalmente ligado à salga de peixe, que se estendeu pelas duas
margens do rio Sado, integrando Troia.
Durante as invasões bárbaras e
a ocupação árabe, a zona habitada foi sendo progressivamente abandonada devido
ao avanço das areias.
Atalaias como Palmela, portos
mais abrigados, como Alcácer do Sal, e vales férteis, como Azeitão, foram os
locais escolhidos pelos invasores muçulmanos para se fixarem.
Após a conquista de Palmela
aos mouros e do estabelecimento da Ordem de Santiago da Espada, Setúbal foi
repovoada, primeiro na colina de Santa Maria e, progressivamente, na zona baixa
que se estende até ao atual bairro de Troino. Recebeu, em 1249, de D. Paio
Peres Correia, mestre da Ordem, a primeira carta foral.
Setúbal, com uma extensão
territorial relativamente diminuta, teve de afirmar-se, lutando com os
concelhos vizinhos de Palmela, Santiago do Cacém e Alcácer do Sal, já então
constituídos.
Com as dificuldades
apresentadas pelos habitantes, no que diz respeito à entrada e venda de produtos
trazidos de Sesimbra, Palmela e Alcácer, o mestre de Santiago, D. Garcia Peres,
em 1343, deu execução a uma carta de D. Afonso IV, que delimitava o termo de
Setúbal, tendo sido construída uma cortina de muralhas.
Ao longo do século XV, a vila
desenvolveu atividades económicas, ligadas sobretudo, à indústria e ao
comércio, tirando rendimentos elevados com os direitos cobrados pela entrada no
porto.
Os primeiros conventos franciscanos, um deles o
Convento de Jesus, foram construídos em Setúbal durante esse século.
A época dos Descobrimentos
trouxe um grande desenvolvimento, tendo D. Afonso V, em 1458, partido do porto
de Setúbal à conquista de Alcácer Ceguer.
A construção de um aqueduto,
em 1487, que conduzia a água à vila, iniciada por D. João II, terminou no
reinado de D. Manuel. Este monarca reformou o foral da vila, em 1514, devido ao
progresso e aumento demográfico que Setúbal tinha registado ao longo do último
século.
O título de “notável villa” é
concedido, em 1525, por D. João III. Foi este título que proporcionou a
criação, em 1553, por carta do arcebispo de Lisboa, D. Fernando, de duas novas
freguesias, a de S. Sebastião e a da Anunciada, que se juntaram às já
existentes S. Julião e Santa Maria.
A cerca de dois quilómetros do
centro de Setúbal, o rei D. Filipe II mandou edificar uma fortaleza – de S.
Filipe –, cujos trabalhos foram iniciados em 1582.
No início do século XVIII, a
população setubalense solicitou que S. Francisco Xavier fosse eleito padroeiro
da cidade.
O terramoto de 1755 destruiu e
danificou muitos edifícios, tendo as freguesias localizadas na zona mais baixa
de Setúbal sido as mais afetadas.
Ao longo do século XIX, o desenvolvimento económico
e social transformou a vila num dos mais importantes centros comerciais e
industriais do país.
A elevação a cidade deu-se em
1860, por carta régia, após solicitação da Câmara, dois anos antes, ao rei D.
Pedro V.
Nessa altura, foi inaugurada a
via-férrea Barreiro/Setúbal e, em 1863, a iluminação a gás. As obras de aterro
sobre o rio iniciaram-se, fazendo nascer a Avenida Luísa Todi.
Setúbal foi elevada, em 1926, a sede de distrito e,
em 1975, a cabeça de diocese.
Informação disponível em https://www.mun-setubal.pt/historia/
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