"Os Marinheiros que participaram na revolta de 1936 são transportados para o porto para serem deportados para o campo prisão do Tarrafal em Cabo Verde" © ANTT
#nestedia 8 de setembro de 1936, um grupo de marinheiros dos navios Bartolomeu Dias, Dão e Afonso de Albuquerque decidiram enfrentar a Ditadura com a convicção da vitória de um golpe armado contra o fascismo. O levantamento militar foi o resultado de um forte trabalho de agitação e mobilização do descontentamento existente entre os marinheiros, organizado pela Organização Revolucionária da Armada, estrutura que unia as células do Partido Comunista Português na Marinha de Guerra, com o objetivo assaltar as prisões dos Açores, libertar os companheiros presos e constituir aí um Governo Provisório que exigisse a queda de Salazar.
O governo teve conhecimento dos preparativos e, ao fim de algumas horas,
controlou a revolta, ordenando a intervenção da aviação contra os navios
sublevados. Salazar ordenou o bombardeamento contra os navios sublevados, a
partir da artilharia de costa, e a perseguição dos revoltosos, tendo resultado
em 12 mortos. 208 Marinheiros presos, 82 condenados, 44 enviados para a
fortaleza de Angra do Heroísmo, 4 presos no Forte de Peniche. Destes, 34
integraram parte do primeiro contingente dos 150 primeiros presos políticos
enviados para o campo de concentração do Tarrafal, em outubro de 1936.
As penas de prisão iam de 16 a 20 anos, a maioria dos presos saiu apenas quando
o Tarrafal foi encerrado, em 1954, e 5 destes marinheiros morreram no «campo da
morte lenta» do Tarrafal.
Imagens:
Fichas Prisionais dos marinheiros revoltosos que morreram no Tarrafal © ANTT
Cândido Alves Barja
Francisco José Pereira
Joaquim Marreiros
Jacinto de Melo Faria Vilaça
Henrique Vale Domingues Fernandes
in https://www.museudoaljube.pt/2024/09/08/revolta-dos-marinheiros-de-1936/, consultada dia 17 de setembro de 2024.
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