domingo, 10 de março de 2013

Adelaide Cabete





Adelaide de Jesus Damas Brazão Cabete, nasceu em Alcáçova, Elvas, no dia 25 de janeiro de 1867 e faleceu em Lisboa a 14 de setembro de 1935.

Embora de origem humilde, fez um percurso extraordinário, quer ao nível da sua formação cultural quer cívica, destacando-se a sua militância republicana e feminista e a sua ação em prol dos mais desfavorecidos, particularmente as mulheres.  

Tal como o marido, o sargento Manuel Fernandes Cabete, participou ativamente na propaganda que antecedeu a mudança de regime em 5 de Outubro de 1910, tendo abraçado a causa republicana de forma ativa e exemplar e integrando, a este nível, a Liga Republicana das Mulheres, à qual também pertenceram Ana de Castro Osório, Carolina Beatriz Ângelo e Maria Veleda.

Destacou-se sempre pela sua ação reivindicativa a favor das Mulheres portuguesas, tão esquecidas e tão secundarizadas a todos os níveis, lutando particularmente pelo seu direito à dignidade, ao voto, à instrução e à igualdade perante a lei.

Além de republicana convicta, foi médica obstetra- ginecologista (a sua tese foi sobre a Proteção às Mulheres grávidas Pobres como meio de promover o Desenvolvimento físico das novas gerações), professora, pacifista, abolicionista e defensora dos animais, assumindo publicamente a sua luta contra as touradas.

Entregou-se sempre de corpo e alma a todas as causas em que acreditou.

Salienta-se, por exemplo, a sua luta pelo direito a um mês de descanso antes do parto, e a criação de organizações feministas nas quais exerceu diversos cargos, tendo sido Presidente do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, que fundou conjuntamente com outras mulheres republicanas de renome, fundando também com elas a Liga Portuguesa Abolicionista, entre outras.

Participou, como docente, em vários Congressos, caso do Congresso Internacional das Ocupações Domésticas (Gand, 1913), Congresso Internacional Feminino de Roma (1923), Congresso do Conselho Internacional das Mulheres (Washington, 1925), I e II Congressos Feministas e da Educação (1921 e 1928) e Congressos Abolicionistas (1926 e 1929).

Escreveu dezenas de artigos, de temática diversa, essencialmente de carácter médico – sanitário, manifestando frequentemente as suas preocupações sociais, apresentando soluções e medidas profiláticas de doenças e epidemias, publicando obras como O Papel que o Estudo da Puericultura, da Higiene Feminina, etc. Deve Desempenhar no Ensino Doméstico (1913), Proteção à Mulher Grávida (1924) e A Luta Antialcoólica nas Escolas (1924).

Também escreveu artigos de âmbito mais feminista onde mostrou as suas ideias progressistas e a força das suas convicções e da sua luta pela dignidade da Mulher.

Fundou e dirigiu a revista Alma Feminina (entre 1920 e 1929) e colaborou em numerosas publicações periódicas como Educação, Educação Social, O Globo, A Mulher e a Criança, Pensamento e O Rebate.
 

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