Adelaide de Jesus Damas Brazão Cabete, nasceu em Alcáçova, Elvas, no dia 25 de janeiro de 1867 e faleceu
em Lisboa a 14 de setembro de 1935.
Embora de
origem humilde, fez um percurso extraordinário, quer ao nível da sua formação
cultural quer cívica, destacando-se a sua militância republicana e feminista e
a sua ação em prol dos mais desfavorecidos, particularmente as mulheres.
Tal como o
marido, o sargento Manuel Fernandes Cabete, participou ativamente na propaganda
que antecedeu a mudança de regime em 5 de Outubro de 1910, tendo
abraçado a causa republicana de forma ativa e exemplar e integrando, a este
nível, a Liga Republicana das Mulheres, à qual também pertenceram Ana de Castro
Osório, Carolina Beatriz Ângelo e Maria Veleda.
Destacou-se sempre pela sua ação reivindicativa a favor das Mulheres
portuguesas, tão esquecidas e tão secundarizadas a todos os níveis, lutando particularmente
pelo seu direito à dignidade, ao voto, à instrução e à igualdade perante a lei.
Além de
republicana convicta, foi médica obstetra- ginecologista (a sua tese foi sobre a Proteção
às Mulheres grávidas Pobres como meio de promover o Desenvolvimento físico das
novas gerações), professora, pacifista, abolicionista e defensora dos animais, assumindo
publicamente a sua luta contra as touradas.
Entregou-se
sempre de corpo e alma a todas as causas em que acreditou.
Salienta-se, por exemplo, a sua luta pelo direito a um mês de descanso
antes do parto, e a criação de organizações feministas nas quais exerceu diversos
cargos, tendo sido Presidente do Conselho
Nacional das Mulheres Portuguesas, que fundou conjuntamente com outras
mulheres republicanas de renome, fundando também com elas a Liga Portuguesa Abolicionista, entre outras.
Participou, como docente, em vários Congressos, caso do Congresso
Internacional das Ocupações Domésticas (Gand, 1913), Congresso Internacional Feminino de Roma (1923), Congresso do Conselho Internacional das Mulheres (Washington, 1925), I e II Congressos
Feministas e da Educação (1921 e 1928) e Congressos Abolicionistas (1926 e 1929).
Escreveu dezenas de artigos, de temática diversa, essencialmente de
carácter médico – sanitário, manifestando frequentemente as suas preocupações
sociais, apresentando soluções e medidas profiláticas de doenças e epidemias,
publicando obras como O Papel que o Estudo da Puericultura, da Higiene
Feminina, etc. Deve Desempenhar no Ensino Doméstico (1913), Proteção à Mulher Grávida (1924) e A Luta Antialcoólica nas Escolas (1924).
Também escreveu artigos de âmbito mais feminista onde mostrou as suas
ideias progressistas e a força das suas convicções e da sua luta pela dignidade
da Mulher.
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