À medida que as viagens marítimas aconteciam,
os mapas europeus registavam novas terras, ilhas e mares, recortavam acidentes
ao longo dos litorais, redesenhavam continentes, incorporavam nomes exóticos,
recalculavam distâncias, acrescentavam lagoas, cabos, penínsulas, montes e rios,
desvendando para a Europa aquela parte oculta do globo. Os mapas medievais
destinavam-se ás bibliotecas da nobreza e do clero. Eram mapas teológicos sem qualquer compromisso com a representação real do espaço, não servindo
para quem desejava orientar-se para viajar por oceanos e buscar terras
novas.
As superfícies
terrestres, consideradas pouco importantes, eram deixadas em branco ou decoradas
com bandeiras, brasões, castelos ou retratos de reis.
A cartografia moderna começou no século XV, quando o uso de vários
instrumentos de navegação, como o astrolábio, a bússola, a balestilha e o
quadrante, melhoraram a orientação em alto mar. De cada vez que uma viagem
acontecia, os mapas incorporavam as novas descobertas. Os mais precisos faziam o
sucesso de novas viagens. Os reis da época consideravam alguns tão importantes
que os tratavam como segredo de Estado.
A partir de 1500 começaram a aparecer
na Europa os primeiros mapas retratando as terras novas que os navegadores
europeus acabavam de encontrar pelo mundo. Esses primeiros mapas foram muito
irregulares – alguns eram bem aproximados da realidade, outros não passaram de
tentativas grosseiras.
Os mapas italianos eram considerados os
melhores durante o século XV e metade do século XVI, graças aos seus cartógrafos
que eram ao mesmo tempo artistas e cientistas, e ao grande poder econômico e
cultural que a Itália desfrutava nesta época. Os primeiros foram feitos no
estilo portulano, desenhados sobre rosas-dos-ventos e cobertos pelas linhas de
rumo a partir delas. Com o passar do tempo, ficaram comuns os mapas com
projeções também. Apesar dos progressos realizados pela cartografia, os mapas
náuticos ainda apresentavam, no final do século XVI, uma grande dificuldade para
os navegantes: as linhas de rumo, isto é, as que partem das subdivisões da
rosa-dos-ventos. Eram retas quando desenhadas no papel, mas, quando aplicadas a
rotas reais, na esfericidade da Terra, ficavam destorcidas.
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A partir do século XIII, quando o comércio voltou a ter importância novamente na Europa, transformando o Mediterrâneo num agitado mar comercial, houve a necessidade de criar um tipo de mapa que pudesse orientar os navegadores. Estes novos mapas, chamados Portulanos, criados pelos navegantes italianos, foram elaborados pelos próprios pilotos ou por cartógrafos que se baseavam nas informações fornecidas diretamente por eles. Os portulanos eram desenhados geralmente em peles de carneiro e preocupavam-se só com os litorais, que eram marcados com o máximo de detalhes e informações. A divulgação desses primeiros mapas sobre a América foi possível graças à invenção da imprensa pelo alemão Gutemberg, na primeira metade do século XV. Nos primeiros anos de existência, esta nova invenção não teve muito sucesso por causa da grande quantidade de analfabetos na Europa e dos temores da Igreja, que precisou primeiro de decidir se o livro impresso poderia ser considerado digno de ir para os altares. Porém, as suas grandes qualidades, como praticidade, baixo preço, rapidez de produção e facilidade de acesso, acabaram por impor-se logo, surgindo várias casas impressoras na Europa. Muitas destas casas dedicaram-se a publicar mapas devido à sua grande procura.
A maioria dos primeiros mapas sobre as novas
terras foi de tamanho reduzido e acabamento de pouca qualidade mas depressa se tornaram tesouros
da humanidade.
A solução foi encontrada pelo cientista e cartógrafo holandês Gerardus Mercator, que conseguiu inventar um sistema de projeções onde as relações entre paralelos e meridianos eram verdadeiras em qualquer lugar do mapa. Foi ele quem reduziu o Mar Mediterrâneo às suas reais proporções, além de incluir todos os mares e terras recém descobertos. A produção holandesa de mapas afirmou-se como uma das melhores, e provavelmente a melhor do mundo durante a segunda metade do século XVI e especialmente durante o século XVII, o século de maior poderio da Holanda. |
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Os Mapas
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Ótimo post. Super esclarecedor e esses mapas lindos *suspiro*. Parabéns e sucesso!!!
ResponderEliminarOlá, Paola!
EliminarM obrigada pelas suas gentis palavras.
Tento sempre colocar aqui no meu blogue artigos interessantes e de fontes seguras.
Também tenho outro blogue, completamente distinto, no qual coloco não só os meus artigos de opinião como, também, outras áreas que me interessam. É o suricatina.blogspot.com
Um abraço.
Nazaré Oliveira