sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Negros - vítimas esquecidas do nazismo


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As pessoas de cor também estiveram na mira de Hitler, mas poucos historiadores cuidam do tema, apresentado pela primeira vez numa exposição no Centro de Documentação do Nazismo, em Colónia.

Início dos anos 30 na Alemanha. A rádio passa música jazz e Josephine Baker dança as suas criações que se tornariam lendárias.

Nos salões de baile da capital alemã as pessoas entusiasmam-se com o ritmo da moda: a música negra é chique e  moderna na República de Weimar.

Composta por Ernst Krenek, a ópera Jonny spielt auf, sobre um músico negro de jazz, torna-se um sucesso em 1927.

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Mas a vida de quem tem a pele negra, na Alemanha, passa a ser cada vez mais perseguida pela sombra do nazismo e das suas ideias desvairadas sobre o "puro" povo alemão.
Ao lado dos judeus e dos políticos oposicionistas, os negros eram um cisco no olho ariano de Hitler e dos seus homens, e o destino de todos eles sacramentado pela Lei das Raças, de 1933.

Esta parte da história alemã foi apresentada na primeira exposição do mundo sobre o tema. "Identificação especial: preto – Negros no Estado Nazista" (Besonderes Kennzeichen: Neger – Schwarze im NS-Staat), que reuniu posters, panfletos, filmes, áudios e fotos, ficando à disposição do público num local mais do que autêntico: o Centro de Documentação do Nazismo em Colónia, um velho prédio que pertenceu à Gestapo, a polícia secreta de Hitler, que ali interrogava e torturava as suas vítimas.


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Passado desprezado

Até hoje, a história dos negros que viviam na Alemanha antes da subida ao poder dos nazistas permanece desconhecida do grande público. Naquela época, não era apenas através da cultura que os negros sobressaíam. Nas ruas, viam-se imigrantes do Caribe, africanos, norte-americanos negros que haviam fugido da crise económica nos EUA para a Alemanha, diplomatas, imigrantes das colónias e marinheiros.

O Idealizador daquela exposição, Peter Martin, da Fundação de Incentivo à Cultura e Ciência, de Hamburgo, calculou que 10.000 pessoas de cor residiam na Alemanha naquela época.

 
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Eram negras e negros que tinham casado com alemães e alemãs e com eles constituído família, sendo os filhos  desses casamentos chamados Rheinlandbastarde (bastardos da Renânia).
Muitos deles foram mais tarde esterilizados à força pelos nazis.

A máquina de propaganda nazi atacava, também, ferozmente, as pessoas de cor, rotuladas como uma perigosa peste.

Sumiam da vida pública, deles restando apenas uma  montanha de papéis e de burocracia. Segundo Martin, que há anos se dedicava à história da minoria negra na Europa, essas pessoas foram, simplesmente desaparecendo.

  Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Negro ataca uma mulher em cartaz de propaganda
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Destino ignorado

As denúncias, sobretudo através da imprensa, estavam na ordem do dia.

Havia cartazes que apresentavam os negros como um perigo para as mulheres alemães e, o que aconteceu com a maioria deles, de 1933 a 1945, é difícil de saber. Muitos conseguiram deixar o país a tempo, mas outros, foram enviados para os campos de concentração e até serviram como cobaias para pesquisas dos nazis (como acontecia aos judeus).



Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Talvez tenham sido centenas, possivelmente milhares, os que morreram às mãos do Nazismo. Em apenas 15 a 20 casos, os historiadores encontraram provas de assassinatos feitos por nazis, como ressalta Martin, que conseguiu montar aquela mostra graças a donativos financeiros de Jan Philipp Reemtsma, realizador da polémica exposição Crimes da Wehrmacht.


Fonte: Galeria & Photomaton

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